19 abril 2009

Dúvidas existenciais (III)

O Abraço (pormenor), Gustav Klimt (1905-1909)



Mal te conheço e já te tomo as dores.
Vejo-te triste e o meu coração encolhe-se com o sofrimento que te sinto.
Quero acolher-te. Apertar-te contra o meu peito e estreitar-te nos meus braços.
Ao mesmo tempo receio assustar-te com o carinho enorme que me despertas.
Acordaste em mim sentimentos bons e genuínos.
Quero-te tanto bem!
Mal te conheço e já acho que és grande e lindo e pequenino e assustado.
Quero fazer-te tanta falta quanto me fazes a mim.
O depois logo se vê…

15 abril 2009

Mergulhar em ti

Le Monde, Thievery Corporation

Dúvidas existenciais (II)

Muchacha en la ventana, Salvador Dali (1925)


Chamar os nomes às coisas
Torná-las reais, palpáveis, verdadeiras (?)
Enfrentar os medos e as dores

Chamar os nomes às coisas
Conhecer-lhes a cor dos olhos
Sentir-lhes o cheiro e o calor da pele

Chamar os nomes às coisas
Sair de si mesmo e avaliar
Fria e racionalmente

Chamar os nomes às coisas
Encher o peito de coragem
E ir onde nunca nos atrevemos a ir antes!

13 abril 2009

Uma questão de coerência


Um exemplo a seguir!


12 abril 2009

Simples?

E se tudo fosse tão fácil como enviar uma sms para um qualquer número com a palavra "LOVE" e ter de volta a resposta que procuramos.

11 abril 2009

Tempestade


És rio onde me banho em frescas correntes.
És regato irrequieto que me contorna e circunda.
És lago plácido que me traz a tranquilidade e o abandono dos sentidos.
És também mar calmo que adivinha a tempestade.
Essa tempestade que rebenta dentro de mim sem eu querer, sem que eu consiga fugir.
Tempestade que me seduz e me paralisa.
E quando me envolves, somos braços e pernas e boca e saliva e língua e suor e risos tontos e mundos longe daqui.
E a tempestade, essa, ressoa lá longe, sempre à espreita...

09 abril 2009

Inacreditável!

O senhor Berlusconi é de facto uma criatura que não pára de surpreender. Tanto transplante capilar deve ter tido alguma influência nefasta na sua actividade cerebral.

Dizer aos sobreviventes de um sismo, onde perderam tudo quanto tinham, que encarem a situação como se fosse "um fim-de-semana no parque de campismo" é de uma extrema falta de sensibilidade e de uma pobreza de espírito a toda a prova. Quando se tratou de cumprir a sua obrigação de chefe de Estado, ei-lo a dispensar a visita, não fosse alguma tenda cair-lhe em cima.

Palavras para quê?!

Mas a verdade é que alguém o elegeu!

04 abril 2009

Dúvidas existenciais (I)



Não sei o que é isto. Está fora do meu controlo.
Apenas me deixo ir, me mantenho disponível, tento saborear cada momento.
Não sei o que é isto. Está fora do meu controlo.
Estou exposta, como que nua no meio da estrada com carros a passar e eu sem conseguir esconder-me. É bom e é mau, all in one.
Não sei o que é isto. Está fora do meu controlo.
Só sei que é mais forte do que eu, que é arrebatador, é pele e é cheiro, é poros abertos e mãos perdidas e é toques alucinantes e estranhamente familiares, como se os corpos se conhecessem já.
Não sei o que é isto. Está fora do meu controlo.
O medo da dor que parece espreitar e que eu finjo desconhecer a sua presença. A soberania da vontade (coragem?) de enfrentar o medo, de lhe fintar as jogadas para que a vida faça sentido.
Não sei o que é isto. Está fora do meu controlo.