24 junho 2006

As palavras

Sempre tive muita inveja de quem sabe colocar por escrito (e bem!) aquilo que lhe vai por dentro, de quem sabe moldar as palavras de modo a que transmitam estados de alma, pensamentos, emoções...
As palavras são poderosas, implacáveis, capazes de nos tranquilizar ou de nos enfurecer, de nos levar ao céu ou de nos arrasar.
Como dizia o nosso saudoso Eugénio de Andrade:

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta?
Quem as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

Tenho pena daqueles a quem as palavras não causam impacto, que se tornaram insensíveis, para quem a imagem é tudo e que já esqueceram o cheiro de um livro novo, do folhear as páginas ainda por explorar.
As palavras...

21 junho 2006

No princípio era o verbo...

Inicio hoje as primeiras ondas neste universo virtual. Espero partilhar com a blogosfera os meus pensamentos, anseios, medos, frustrações, alegrias, enfim...