31 julho 2006

Que alguém me explique!

Quase toda a minha vida tive más experiências com vizinhos. Pronto! Não tenho sorte!
O único sítio onde os vizinhos eram como antigamente era no prédio onde morava a minha avó e onde, também eu, morei 19 anos da minha vida. Aí os vizinhos conheciam-nos desde pequeninos, perguntavam sempre como estávamos, regavam-nos as plantas quando íamos de férias, enfim, não eramos meros anónimos. Mas isso era dantes, quando as pessoas moravam no mesmo sítio desde o dia em que casavam até ao dia em que saíam já com os pés para a porta.
Hoje parecemos uns ciganos da era moderna... Não paramos no mesmo sítio, não criamos laços nem afinidades com as pessoas que moram paredes meias connosco.
Desde que saí desse prédio, agora envolto na neblina dos tempos, tenho tido sempre vizinhos antipáticos que dizem bom dia ou boa tarde quase como se estivessem a fazer um favor! No outro dia a minha vizinha da frente entrou em casa e fechou a porta sem sequer pedir licença! Não terá ela levado uns bons puxões de orelhas, em menina, por ser mal educada?
E que dizer de outro vizinho que não mora no apartamento, mas que faz visitas regulares ao mesmo, para, sempre que sai, cumprir o seguinte ritual: abre a porta, sai, fecha a porta, roda a chave num molho ruidoso de muitas outras chaves, agarra no puxador da porta, agita-a violentamente, chama o elevador, pára por uns segundos, volta atrás, agarra novamente no puxador da porta, torna a agitá-la violentamente... Sem comentários! Ele há cada pancada! E juro-vos que não há vez que ele não cumpra o ritual. Ele e eu, que vou sempre espreitá-lo na esperança de que um dia ele aja de forma diferente!

What Temperament Are You?

You Have a Phlegmatic Temperament
Mild mannered and laid back, you take life at a slow pace.You are very consistent - both in emotions and actions.You tend to absorb set backs easily. You are cool and collected.
It is difficult to offend you. You can remain composed and unemotional.You are a great friend and lover. You don't demand much of others.While you are quiet, you have a subtle wit that your friends know well.
At your worst, you are lazy and unwilling to work at anything.You often get stuck in a rut, without aspirations or dreams.You can get too dependent on others, setting yourself up for abandonment.
Calhou-me este resultado! Aqui fica para entretenimento geral e para experimentarem, se quiserem.

30 julho 2006

Que cansaço!

Estou cansada. Cansada de fazer coisas e cansada de não fazer nada. Tudo me entedia, não tenho vontade de fazer nada. Neste momento, até observar o fenómeno do desenvolvimento do cotão em minha casa me parece algo interessante. Estou possuída por uma letargia da qual é muito difícil libertar-me. A mera ideia de executar qualquer actividade, parece-me uma tarefa hercúlea. Que seca! Tomara que cheguem as férias rapidamente. Assim sempre vou sair daqui, mudar de ares, ver gente. Nem sei porque estou a escrever isto. Tem tanto interesse como a desova do carapau nas ilhas berlengas... Fui!

24 julho 2006

Intimidade

Hoje estou que não me aguento!

Intimidade

Que ninguém hoje me diga nada.
Que ninguém venha abrir a minha mágoa,
esta dor sem nome
que eu desconheço donde vem
e o que me diz.
É mágoa.
Talvez seja um começo de amor.
Talvez, de novo, a dor e a euforia de ter vindo ao mundo.

Pode ser tudo isso, ou nada disso.
Mas não afirmo.
As palavras viriam revelar-me tudo.
E eu prefiro esta angústia de não saber de quê.

Fernando Namora

A vida secreta das palavras


Fui ver "A vida secreta das palavras" realizado pela espanhola Isabel Coixet e protagonizado pelo sempre surpreendente Tim Robbins. Para a desarmante beleza desta película contribui, e muito, a canadiana Sarah Polley, que consegue com a sua presença quase indelével transmitir o poder esmagador do sofrimento e do que o ser humano é capaz de fazer para tentar fugir à dor.

Quando Hanna (Sarah Polley) é forçada a tirar férias da fábrica onde trabalha há anos sem nunca ter faltado um único dia que fosse, ela tenta, mais uma vez, driblar as memórias de um passado que a persegue. Para tal oferece-se para tratar de Josef (Tim Robbins), um trabalhador de uma plataforma petrolífera, vítima de um acidente que o deixa com graves queimaduras e temporariamente cego. Nesse lugar, perdidos na solidão e isolados pelo mar, inicia-se uma intimidade profunda, uma troca de segredos, um arrancar de confissões que os vai manter unidos pelas histórias que partilham. A vida secreta das palavras altera-lhes o rumo. Têm um passado que querem esquecer e um futuro que desejam. Ficam marcados para sempre.

É um filme, diz a realizadora, sobre o silêncio repentino que antecede uma tempestade, e acima de tudo, sobre o poder do amor, mesmo nas mais terríveis circunstâncias.

"A vida secreta das palavras" ganhou os prémios Goya, os mais importantes do cinema espanhol, nas categorias de melhor filme, melhor realização e melhor argumento.

Recomendo vivamente! É absolutamente arrebatador!

Ufa...

Isto de ter um blog tem que se lhe diga. Começo a sentir-me mal por não alimentar o meu e, em vez disso, andar a alimentar-me dos blogs alheios. Não que isso seja necessariamente mau (muito pelo contrário!), mas podia de vez em quando passar por aqui e deixar cá uns pensamentos. Se calhar ando um pouco anestesiada e enfrentar os meus próprios pensamentos, aquilo que me vai por dentro, é capaz de me magoar. Uma gaja tem de se defender, não é? Se bem que, ao que parece, só se resolvem os problemas quando os enfrentamos, os reconhecemos, percebemos o que esteve na sua origem e, finalmente damos o passo em frente. De preferência não em direcção ao abismo!

01 julho 2006

O orgulho de ser Português

Os jogos de futebol enervam-me. No entanto, hoje que Portugal passou às meias finais do Mundial depois de ter derrotado a Inglaterra, não consigo deixar de me regozijar juntamente com toda esta mole humana que percorre as ruas a buzinar, a agitar bandeiras e cachecóis.

De facto, Portugal precisa disto. Precisa de se esquecer que é maltratado todos os dias, que vê o seu poder de compra piorar a cada momento, que se endivida sempre mais…

Mas, como diz a outra, “isso agora não interessa nada”.

A verdade é que estes triunfos futebolísticos nos unem a todos como nada mais o consegue fazer.

Dei comigo no Continente completamente contagiada pela euforia da vitória, enquanto todos os funcionários das linhas de caixas saltavam ao mesmo tempo, tomados por uma onda gigante de alegria.

Por momentos, éramos todos da mesma grande família, o nosso coração batia em uníssono e partilhávamos o mesmo orgulho de ser Português.

E este fenómeno não se explica, nem se lhe consegue ficar indiferente...