24 julho 2006
A vida secreta das palavras
Fui ver "A vida secreta das palavras" realizado pela espanhola Isabel Coixet e protagonizado pelo sempre surpreendente Tim Robbins. Para a desarmante beleza desta película contribui, e muito, a canadiana Sarah Polley, que consegue com a sua presença quase indelével transmitir o poder esmagador do sofrimento e do que o ser humano é capaz de fazer para tentar fugir à dor.
Quando Hanna (Sarah Polley) é forçada a tirar férias da fábrica onde trabalha há anos sem nunca ter faltado um único dia que fosse, ela tenta, mais uma vez, driblar as memórias de um passado que a persegue. Para tal oferece-se para tratar de Josef (Tim Robbins), um trabalhador de uma plataforma petrolífera, vítima de um acidente que o deixa com graves queimaduras e temporariamente cego. Nesse lugar, perdidos na solidão e isolados pelo mar, inicia-se uma intimidade profunda, uma troca de segredos, um arrancar de confissões que os vai manter unidos pelas histórias que partilham. A vida secreta das palavras altera-lhes o rumo. Têm um passado que querem esquecer e um futuro que desejam. Ficam marcados para sempre.
É um filme, diz a realizadora, sobre o silêncio repentino que antecede uma tempestade, e acima de tudo, sobre o poder do amor, mesmo nas mais terríveis circunstâncias.
"A vida secreta das palavras" ganhou os prémios Goya, os mais importantes do cinema espanhol, nas categorias de melhor filme, melhor realização e melhor argumento.
Recomendo vivamente! É absolutamente arrebatador!
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