07 junho 2009

Consciência reprimida



Joana caminha sem destino pelas ruas com o seu coração pequenino nas mãos. Um coração pequenino mas transbordante de amor que pulsa forte. Tão forte que cresce sempre que alguém o invade. Por vezes chega a atingir um tamanho quase gigantesco porque só assim Joana sabe amar. E mesmo gigante parece minúsculo e insignificante aos olhos dos outros e só Joana sabe o peso que carrega que vai para além de si, que a ultrapassa e dela toma conta. O peso do amor inconfessado apenas em pequenos, muito pequenos, gestos timidamente desvendado. E a dor do seu coração vendo-se assim diminuído porque reprimido vezes sem conta, continua a latejar enquanto Joana segue sem rumo pelas ruas cheias de caras anónimas que a tomam por invisível e ignoram o seu enorme coração vermelho.

2 comentários:

Momentos disse...

Mesmo com medo, mesmo discretamente desvendado, desejo muito que o teu coração, - que sei vermelho -, continue a acreditar. Que receba em dobro o que não te cabe nas mãos nem no peito!
beijo

fr disse...

Um coração vermelho e imenso nunca devia ser diminuído, porque diminuido deixa de ser coração e a passa a ser outro orgão qualquer, como um pulmão, essencial à vida mas sem crescer a pulsar. Nunca se quer mais um pulmão, mas quer-se sempre mais um coração! Um beijo