21 junho 2009

Do silêncio e do tempo

Imagem retirada daqui.


O silêncio como espaço de reflexão, de recolhimento, de introspecção e sobretudo de esquecimento. A solidão que o acompanha, pesada, vivida e sofrida entre quatro paredes, de janelas fechadas ao mundo, sem querer saber se é dia ou noite, esperando o tempo passar num misto de letargia e torpor conscientes, mas incontornáveis.

O tempo tudo cura. Não será inteiramente verdade, mas que é paliativo, não há dúvida.

Racionalmente, temos consciência de que se consegue ultrapassar tudo nesta vida, mesmo quando nos sentimos completamente destroçados, mesmo quando pensamos que as feridas não vão cicatrizar mais e que ficarão para sempre abertas.

Sinto-as muitas vezes, feridas que carrego em carne viva, dissimuladas por baixo da pele, e que basta um pequeno toque, mesmo ao de leve, para que se desperte a dor adormecida, a dor que se quer esquecer e calar...

1 comentário:

fr disse...

Dizem que sim, que o tempo tudo cura... mas o pior é quando a cura é feita de linhas tão finas que qualquer toque faz com que os pontes rebentem se sangre outra vez. O pior é quando as feridas se reconhecem porque se bate constantemente nas mesmas esquinas. O racional, muito bonito e politicamente correcto, mas tão contradiório com o sentir... a palavra e o sentido.
Daqui de onde também rebentam pontos, um beijo muito grande com um bocadinho de betadine, só para tentar ajudar um bocadinho na cicratização.